domingo, 30 de outubro de 2011

O vento

   O único da casa que exagera o vento é o cachorro. Detém-se à porta da cozinha, rosnando para o pátio ventado, cheio de latas inquietas e papéis decididamente malucos.
   E nos seus olhos fixos e racorosos vê-se o desvarios do vento , a incurabilidade do vento, os seus cabelos em corrupio, os seus braços que permanecem mil, os seus trapos flutuante de espantalho,toda aquela agitação sem causa e que é ainda menos instável, no entretanto , que a terrível desordem da sua cabeça: pois o vento nunca pode assentar as idéias.    ( Mário Quintana & Verso ) 

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